Diante do retrocesso e do caos que o país vive a partir do golpe de 31 de agosto de 2016, só a união e a luta dos partidos de esquerda e dos movimentos populares, poderá restabelecer a democracia e a confiança nas nossas instituições
Em função da crise econômica e política que o país está enfrentando após o golpe que tirou do poder a presidente Dilma Rousseff - democraticamente eleita - difícil vislumbrar o novo ano com uma uma perspectiva otimista.
O que esperar de um país com alto índice de desemprego? O que esperar de um país, onde o governo retira direitos adquiridos da classe trabalhadora, como foi o caso, por exemplo, da CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas, decreto-lei número 5.452, de 1º de maio de 1943 e sancionado pelo presidente Getúlio Vargas? No primeiro mês da reforma - novembro - houve 12 mil demissões.
O presidente Temer continua atuando nos bastidores, como é do seu feitio, para ver se consegue aprovar a Reforma da Previdência que, caso seja aprovada, não vai trazer nenhum benefício para o país, ao contrário do que prega a propaganda governamental.
Em novembro último, num depoimento para a revista Carta Capital, o sociólogo Jessé de Souza, autor do livro Elite do Atraso - Da Escravidão à Lava Jato, da Editora Leya , disse que “ a reforma tem uma relação óbvia com a escravidão. É uma herança dela”.
O governo, que trabalha apenas visando os interesses do capital internacional, e de uma elite retrógrada, mesquinha e preconceituosa, cortou a verba para políticas sociais e distribuição de renda implantadas no governo Lula. E a questão da privatização voltou à baila com força total, como panaceia para todos os problemas. Receita usada no governo de Fernando Henrique Cardoso, que dilapidou o patrimônio público e gerou um grande número de desempregados. À época, São Paulo chegou a ter um milhão de desempregados.
Diante do golpe, das perdas dos programas sociais, do caos instalado no país, fruto de um governo insensível - eu diria até desumano -, o povo está anestesiado e desesperançado. Mas, a seu tempo, irá reagir.
A despeito de uma manipulação de uma mídia corporativista e oligopolizada, o golpe descortinou um perfil mais apurado da nossa elite, dos políticos e membros do Poder Judiciário.
O povo não tem mais nada a perder. A reação virá. E, como prega o dito popular - Quem viver, verá!