Caso fosse realizada uma pesquisa para avaliar qual é o maior problema do Estado do Rio de Janeiro, certamente a segurança pública estaria em primeiro plano. O Rio, infelizmente, não é conhecido apenas pelas suas belezas naturais. A violência é a principal preocupação, não só dos cariocas, mas também dos turistas.
Mas, a despeito disso, o orçamento para a área de segurança diminuiu, afetando - lógico - o trabalho da polícia - civil e militar. A grave crise econômica do Estado enfraquece o policiamento nas ruas da cidade. A bandidagem está mais à vontade para agir. E tanto isso é verdade, que os índices de violência no Rio, e em alguns municípios, como por exemplo, Niterói e São Gonçalo - Região Metropolitana do Rio - só tem aumentado.
Levando-se em conta as especificidades da crise, tudo indica que não será vencida em pouco tempo. E a situação ficou ainda mais complicada com a doença do governador Pezão. O povão ainda não sabe quem vai dirigir o Estado. O vice-governador Dorneles vai mesmo assumir o comando? Ao que tudo indica, Dorneles não está animado para a tarefa.
Primeiro, foram os PMs que estavam trabalhando na parte administrativa da instituição. Depois, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame pediu à Casa Civil o retorno de 1.200 PMs que estão prestando serviços em órgãos estaduais. Estratégia adotada para reforçar o policiamento nas ruas, cujo número de policiais diminuiu quando o Regime Adicional de Serviço (RAS), criado em 2012, com o objetivo de remunerar PMs que trabalhassem nas suas horas de folga. Como o Estado não cumpriu seu compromisso pecuniário, os PMs - claro -, abandonaram o RAS.
Durante uma audiência pública na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o secretário, com a objetividade que o caracteriza, revelou os problemas financeiros e as consequências na sua pasta. Ressaltou que projetos de instalação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Complexo da Maré, assim como a construção de uma sede para O Comando de Operações Especiais (COE) em Ramos, Zona Norte do Rio, estão suspensos por tempo indeterminado. Pode-se incluir aí também o Complexo do Chapadão, no bairro de Costa Barros, também na Zona Norte da cidade, um dos locais mais violentos da cidade, uma espécie de terra de ninguém, covil de bandidos. É revoltante constatar que a população local está entregue à própria sorte. Infelizmente, o governo anterior decidiu priorizar outras coisas, como a linha 4 do Metrô. E a segurança? E a saúde? E os transportes? O Estado é um barco sem rumo.
A crise econômica, ao contrário do que muitos dizem, não está restrita apenas à queda na arrecadação dos royalties do petróleo.. Erros administrativos e obras que poderiam esperar mais um pouco, também estão no cerne da crise. Mas deixo este tipo de análise para os jornalistas econômicos - os independentes, que não têm rabo preso - naturalmente.
“Só há uma única esperança, uma promessa inabalável. a Vossa misericórdia”. (Santo Agostinho)